114: Email por encomenda 2: O vizinho

De quem: Do leitor e filho Miguel.
Para quem: Mãe de nome Milu.
O quê: Uma qualquer situação tendo apenas acesso ao blogue da mãe: http://www.miluzinha.com/

Cara "Miluzinha",
antes de mais os meus respeitosos cumprimentos.
Moramos no mesmo prédio mas eu preferia não me identificar para evitar futuras chatices ou situações de constrangimento.
Eu simpatizo com a vizinha e parece-me que sou um dos poucos moradores deste espaço que a "Miluzinha" não abomina.
Desculpe colocar o seu nome entre "" mas acabei de descobrir que assim é tratada ao ser confrontado com o seu blogue o qual aproveito desde já para dizer que é bastante bom tirando obviamente umas referencias que faz a alguns vizinhos...
Mas não se preocupe que eu concordo completamente com o que diz.
Tomei conhecimento da existência do mesmo precisamente após um comentário de alguém do prédio que se queixava esta manhã do barulho que alguém faz a teclar durante toda a noite.
Confrontei os dias em que colocou textos e de facto correspondem aos dias em que se ouve teclar no prédio todo pelo que não podia deixar de lhe pedir que sempre que fosse escrever algo saísse do prédio pois as pessoas aqui trabalham e têm que dormir durante a noite.
Quando o fizer espero que não faça depois muito barulho ao voltar a entrar no prédio...
Caso não tenha portátil podemos estabelecer uma hora durante a tarde em que pode escrever à vontade desde que poucas pessoas estejam no prédio para que o incómodo seja os menor possível.
Estava a pensar numa happy hour das 13 e 30 às 14 horas. Que acha?
Certamente que cumprindo estas regras todos viveremos melhor em comunidade.
Agradecia que a vizinha me dissesse algo para que possa ficar mais sossegado.
Obrigado,
o vizinho.

Estimado vizinho,
Antes de mais agradeço o tom cordial com o qual se me dirigiu para me dar conta de algum mal-estar que diz haver no prédio, devido ao som de um teclar que se prolonga durante toda a noite. Desde já agradeço o aviso, mas acontece que não sou eu, pois tenho portátil e o teclar é praticamente inaudível. Julgo antes que é o meu filho, até porque ultimamente também me queixo, pelo que tenho de fechar a porta do corredor para não ser incomodada, portanto, concordo inteiramente consigo. Para resolver esta situação o ideal seria alguém falar com ele, porque os miúdos tomam mais facilmente um aviso vindo da parte das pessoas exteriores à família, contudo, estou ciente de que o vizinho não deseje identificar-se, resta-me então mostrar ao meu filho este e-mail que me enviou. Quanto à nossa situação como vizinhos e toda a questão referente ao condomínio, toda a gente sabe que estou a exercer o meu direito de cidadania, mas preferem fazer de conta que não sabem de nada, para melhor servir os seus intentos. Todavia esbarraram com alguém que sabe procurar e exercer os seus direitos assim como os deveres e além de mais sou muito casmurra, que é mesmo este o termo. Mas também sou boa pessoa, simples, humilde e esforçada, só não quero é que façam pouco de mim. Por fim vizinho, vou falar com o meu filho acerca deste inconveniente do teclar, pois aqui vós tendes toda a razão para protestar.
Muito obrigada pela sua atenção.

5 comentários:

Mara Teixeira disse...

Faz lembrar o outro dia que fizemos um jantar no apartamento de uma amiga e no dia seguinte recebeu uma carta do vizinho a reclamar do barulho dos saltos, de pó na varanda, cabelos, etc. Enfim nada como uma vida de eremita para pessoas assim :)

Marcelino Teles disse...

Uma sugestão era colocar amortecedores no teclado! Eu coloquei no meu e resultou e a vizinha, estranhando não ouvir o habitual barulho de noite, e vendo que o meu blogue estava sendo actualizado, bateu-me à porta já por 2 vezes para ver se inteirar das minhas tecladas silenciosas! Claro, tive de fazer um CTRL ALT DEL

Pandora disse...

Gostei :)

Milu disse...

Caí que nem uma anjinha, pois!
A verdade é que o Mário é muito perspicaz, por isso o seu e-mail foi muito convincente. Não escapou ao seu olho clínico o verdadeiro âmago da questão do condomínio do meu prédio, nem tão-pouco o facto de não ter arrolado todos os vizinhos pela mesma bitola, pelo menos um deles poderia muito bem ter escrito um e-mail como aquele que me enviou. Confesso que após a leitura do mesmo fiquei um tanto preocupada, porque entendo que incomodar os vizinhos, principalmente durante a noite, não é revelador de um espírito civilizado. Por isso, pela tarde, assim que me foi possível, pedi ao meu filho que lesse um e-mail que eu havia recebido, no qual constava uma queixa de um nosso vizinho.
Ao lê-lo, por uns momentos ele ficou sério, alguém estava a intrometer-se no nosso doce viver por entre as quatro paredes da nossa humilde casinha, mas, subitamente, no seu rosto se desenhou um sorriso, havia percebido do que se tratava, pelo que me pôs ao corrente da marosca, e eu, em vez de ficar aborrecida, fiquei antes aliviada. Sempre é uma chatice a menos! :D

Anónimo disse...

Será que o vizinho com teclas barulhentas não se chamava João Costa?? Soube que ha uns tempos ele teclou com tanta força que o "A" pifou...recentemente vingou-se no telemovel e ficou sem o "zero". E por coincidencia das coincidencias,ele não dorme de noite...ai ai ,mundo pequeno hehehehehehe.todos diferentes,todos iguais :p :p Muito bom!!!